Deísmo: mente aberta e curiosa

Acima, uma imagem de aglomerados de Galáxias registrada pelo Telescópio James Web em uma pequena fração do universo observável.

Estudos recentes indicam que o número de galáxias no universo observável pode estar entre centenas de bilhões e 2 trilhões. Isso é fascinante!

A média de sistemas estelares por galáxia pode variar bastante, mas estimativas indicam que uma galáxia típica pode conter centenas de bilhões de estrelas, muitas das delas possuem seus próprios sistemas planetários.

Se o universo observável possui entre centenas de bilhões e 2 trilhões de galáxias, e cada uma delas possue centenas de bilhões de estrelas (muitas com seus próprios sistemas planetários), então, se tomarmos por base os 2 trilhões de galáxias, o número de mundos (planetas e luas) no universo observável pode chegar, fazendo uma estimativa simples, à... 

Vamos fazer as contas:

Se cada galáxia tiver 100 bilhões de estrelas em média, e se apenas a metade dessas estrelas tiver sistemas planetários (50 bilhões por galáxia), e se cada sistema planetário tiver, digamos, 5 planetas e luas em média, então, fazendo as contas:  
2 trilhões × 50 bilhões × 5 = 500 sextilhões de mundos!

500 sextilhoes! Isso é representado por 21 zeros: 500.000.000.000.000.000.000.000

Já imaginou?! Este pode ser o número, aproximadamente, de mundos existentes no Universo observável, além do nosso, lógico.

O que isso quer dizer para o deísta? A existência de trilhões de galáxias e possivelmente sextilhões de mundos pode ser vista como um reflexo da magnitude da criação e da inteligência do Criador. E por extensão, a imensidão do universo pode sugerir que a vida não se limita à Terra. Sei que isso pode mexer com questões da tradição do pensamento religioso, principalmente a ideia algumas tradições religiosas que ainda veem a Terra como o centro da criação. Mas Deus nos deu racionalidade para ir além de tais tradições, a fim de explorarmos e compreendermos a vastidão do universo, conciliando crença e razão, com a mesma admiração e reverência do salmista observador: Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. (Salmo 19.1)

Somos convidados a contemplar a grandiosidade do universo como um reflexo da inteligência suprema do Criador. Diante da vastidão de trilhões de galáxias e possivelmente sextilhões de mundos, a mente humana, dotada de racionalidade, é chamada a ir além das tradições que limitam a compreensão do cosmos.  

Se Deus criou um universo ordenado, harmonioso e repleto de possibilidades, então seu verdadeiro propósito não pode estar restrito apenas ao que conhecemos na Terra. Em vez de buscar respostas em dogmas fechados, somos incentivados à investigação, à observação e à reflexão como caminhos legítimos para se aproximar da verdade.  

A ciência, longe de ser inimiga da espiritualidade, é uma ferramenta para desvendar os mistérios da criação. Cada estrela distante, cada planeta inexplorado e cada lei natural é um convite para entendermos melhor a ordem cósmica e nossa própria existência dentro dela.  

Isso nos leva a enxergar Deus não como uma presença que interfere constantemente na vida humana, mas como o grande arquiteto que estabeleceu as bases do universo e confiou à humanidade o dom da razão para explorá-lo. A busca pelo conhecimento é, portanto, um ato de reverência à obra divina.  

Diante da imensidão do cosmos, somos livres para refletir, questionar e admirar. E, ao fazer isso, nos aproximamos da verdadeira essência da criação. Esse convite não exige fé cega, mas sim uma mente aberta e curiosa.

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