Algo além
Sempre senti que havia algo além do que os olhos podiam ver. Não algo que dita regras ou exige devoção, mas uma presença silenciosa, uma ordem subjacente à existência. O universo tem uma harmonia própria, um fluxo natural que se desenrola sem precisar de intervenção.
Minha busca nunca foi por dogmas ou verdades absolutas, mas por compreensão. Sigo o caminho da razão e da curiosidade, sem a necessidade de intermediários ou textos sagrados. O simples fato de existir já me parece extraordinário, como se cada estrela, cada lei da natureza, fosse um vestígio de algo maior—não um mestre que impõe sua vontade, mas um arquiteto que desenhou as estruturas do infinito e permitiu que seguissem seu curso.
A liberdade de pensar sem amarras me fascina. Não há mistérios que precisem ser resolvidos à força, apenas perguntas que convidam à reflexão. A beleza do cosmos, a lógica, o equilíbrio delicado da vida... tudo isso já é o suficiente para nutrir minha espiritualidade, sem que eu precise nomeá-la ou encaixá-la em conceitos fechados.
Minha fé—se é que posso chamá-la assim—não vem de livros ou tradições, mas da contemplação do que existe e do que talvez jamais compreendamos.