Minha devoção

Quando contemplo o céu, seja ele límpido ou coberto por nuvens espessas, sinto que há algo maior, um princípio que sustenta tudo com sabedoria silenciosa. Não vejo essa força como um juiz que intervém a cada passo meu, mas como um arquiteto supremo, cuja presença se revela na lógica das estações, na ordem dos astros e no compasso do tempo.

Minha fé, firme e serena, não busca milagres espetaculares nem respostas imediatas. Ela se alimenta da observação do mundo e da compreensão de que, mesmo nas adversidades, há um fio de coerência que atravessa todas as coisas. Creio em um Criador que deu início ao universo com propósito e razão, confiando à própria criação a responsabilidade de seguir seus caminhos com liberdade e consciência.

Ao me reconhecer parte desse todo, desenvolvo respeito pela vida, pelos ciclos naturais e pelos outros seres com quem compartilho esta existência. Minha devoção não se expressa em rituais ou palavras solenes, mas em atitudes, em um modo de viver ético e ponderado, guiado pelo entendimento de que somos frutos de uma mesma fonte.

E assim, com humildade e gratidão, vivo meus dias como uma forma de louvor. Cada gesto sincero, cada pensamento elevado, é uma reverência à inteligência que permeia tudo. Porque, ainda que esse Criador permaneça invisível, sua assinatura está por toda parte, escrita em linguagem de ordem, beleza e razão.

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