O Mestre admirável
Acreditar no Jesus histórico faz mais sentido para mim do que acreditar no Jesus elaborado pela religião cristã.
Vejo em Jesus um homem profundamente sábio, um reformador social que desafiou as estruturas de poder de sua época e pregou valores universais como compaixão, justiça e amor ao próximo. Ele não precisava ser divino para que suas palavras tivessem peso — sua humanidade é justamente o que torna sua mensagem tão poderosa.
A figura construída pelas instituições religiosas, com dogmas, milagres sobrenaturais e uma teologia complexa, me parece mais uma construção política e simbólica do que um reflexo fiel do homem que viveu na Galileia. O Jesus das Escrituras, quando lido com um olhar crítico e histórico, revela alguém que questionava tradições, que se aproximava dos marginalizados e que falava de um Reino de Deus mais como uma transformação interior e social do que como uma promessa celestial.
Por isso, o Jesus que me inspira é aquele que viveu e morreu como um ser humano, mas que deixou um legado ético e filosófico que transcende religiões. Ele não veio para fundar uma igreja, mas para despertar consciências.
Essa visão me permite admirar Jesus sem precisar aceitar dogmas que contradizem minha razão. Posso aprender com ele, refletir sobre suas palavras e até mesmo me emocionar com sua trajetória. Para mim, isso não diminui sua importância; pelo contrário: torna sua coragem e sua mensagem ainda mais extraordinárias.