SOBRE o Domingo
Embora eu seja deísta e acredite que o Criador não exija cultos, doutrinas ou rituais para ser compreendido ou reverenciado, encaro o domingo como uma excelente oportunidade de pausa — um convite à reflexão e à contemplação. Para mim, o divino se revela mais nas leis que regem o cosmos, na harmonia da natureza, no poder da razão e na integridade moral. No entanto, também entendo o valor humano e simbólico dos espaços sagrados.
Não sigo uma religião específica, mas visito templos com respeito. Se por ventura eu entrar em algum templo, não vou para me submeter a doutrinas, mas para observar, aprender, sentir a presença da fé nos outros — e, em muitos momentos, encontrar serenidade ali também. A devoção alheia, mesmo que expressa de forma diferente da minha, me inspira a refletir sobre aquilo que nos une como seres humanos que buscam sentido, consolo e conexão com algo maior.
O domingo, portanto, não é sagrado por imposição, mas por escolha. Ele me convida a desacelerar, a reencontrar meu eixo interior e a reconhecer o Criador através da beleza, da ordem e da compaixão — tanto na natureza quanto nos gestos humanos. Honrar o que foi criado, para mim, passa por viver com consciência, ética e gratidão.