Basta! Isto me basta
Não sou alguém que rejeita a ideia de algo maior, mas também não me prendo a dogmas e certezas impostas. O universo é vasto demais, elegante demais em sua ordem, para que tudo seja mero acaso. Há uma inteligência por trás da existência, não aquela que dita regras ou exige reverência, mas sim um princípio criador que estabeleceu tudo e permitiu que seguisse seu próprio fluxo.
Minha fé—se posso chamá-la assim—não precisa de templos ou escrituras. Ela está na contemplação da imensidão do cosmos, na beleza das leis naturais, na precisão matemática que sustenta a realidade. Em cada estrela que queima distante, em cada vida que floresce, vejo rastros de algo maior, não uma presença que interfere, mas um arquiteto silencioso.
Isso me dá liberdade. Não preciso forçar respostas, apenas aceitá-las quando se revelam. Não há necessidade de intermediários ou tradições fixas—apenas o desejo de compreender e absorver a maravilha da existência. A razão é minha aliada, não minha inimiga, e nela encontro a conexão com aquilo que me inspira.
Não sou ateísta, porque vejo propósito, ainda que misterioso. Mas também não sou alguém que busca um Deus que castiga, recompensa ou guia destinos. O que há, para mim, é a grandiosidade do universo em seu curso natural—e isso me basta.